[Análise] Temporada 7A

Sinceramente, eu não sabia o que esperar da 6ª temporada quando soube que Futurama iria retornar ao ar, em 2010. Afinal, já havia passado um bom tempo desde o cancelamento na Fox e era difícil saber ao certo se a série iria manter o rumo das 4 primeiras temporadas ou se iria adotar um humor diferente agora que estava na Comedy Central. Acontece que as duas opções estavam certas, e como já dissemos no review da 6ª temporada, a mudança de emissora foi uma das melhores coisas que já aconteceu à série.

De certa forma, isso me fez ficar ainda mais entusiasmado pela sétima temporada, que começou em julho desse ano e cuja primeira parte terminou esta quarta-feira. Após me certificar que a temporada anterior fora excelente, é natural pensar que o que vinha por aí só podia ser igualmente espetacular. Mas será que a temporada 7A conseguiu manter o nível da sexta?


Eu diria que sim. Apesar de ter alguns episódios medianos, a temporada 7A teve tudo que uma boa temporada de Futurama deve ter: boas piadas, muitas referências à cultura nerd, novidades, acontecimentos extraordinários, roteiros bem escritos, e um tipo de drama que só Futurama, como uma série de animação, consegue retratar.

A temporada já começou com uma novidade e tanto: Em The Bots and the Bees, Bender teve um filho com uma máquina de refrigerante. É claro, já vimos outro filho dele em A Fera com um Bilhão de Costas, mas, como todos recordamos, Bender não foi exatamente um exemplo de pai (pra quem não se lembra, o robô jogou seu filho no inferno pra poder ganhar um exército de robôs). Desta vez, porém, ele aprendeu a ser um pai decente e cuidou de seu filho Ben até ter que sacrificar as memórias de seu filho para que este fosse capaz de entortar.

Boa tentativa, Futurama, mas dessa vez vocês não conseguiram me fazer chorar. *snif*

O acontecimento extraordinário da temporada fica por conta de A Farewell to Arms, onde, após descobrir que o fim do mundo está próximo, habitantes da Terra são escolhidos para ir a Marte em uma nave marciana enterrada sob Nova Nova York. O que ninguém esperava, porém, era que o planeta condenado não era a Terra, e sim, Marte. E, enquanto a comunidade científica fica atônita com Marte se deslocando a apenas alguns metros da Terra, a relação de Fry e Leela deu um pequeno avanço, mesmo após os muitos acidentes que ocorreram - desmembramentos incluídos - nas vezes em que Fry tentou mostrar seu cavalheirismo à cíclope.

O amor não é lindo?

Um assunto antigo é resgatado em Decision 3012. Com as eleições à presidência dos Estados Unidos chegando mais uma vez, o tema política é novamente abordado na série. Nas Eleições de 2000, tivemos o episódio A Eleição, da segunda temporada, onde a cabeça de Richard Nixon foi eleita presidente da Terra (cargo que ocupa até hoje, ou melhor, 3012). Neste ano, entretanto, o presidente teve um concorrente à altura, quando o senador Chris Travers se candidatou à presidência com apenas um porém: Travers não possuía certidão de nascimento. Em Futurama, isso só poderia ser explicado de uma forma: é porque ele ainda não tinha nascido, é claro! Ao melhor estilo Exterminador do Futuro, o episódio contou com robôs tomando a Terra e viagens de volta no tempo para salvar o futuro. Em Decision 3012 também pudemos rever o Código Temporal que não era visto desde O Grande Golpe de Bender.

E lembrem-se: NIXON SEMPRE VENCE! AARRRUUUUUU!

E, falando em retornos, a temporada 7A contou com vários deles. Por exemplo, em A Farewell to Arms, em que revemos um membro do povo marciano (e descobrimos o real motivo por eles terem saído do planeta de boa vontade em Paz em Marte, da 3ª temporada), ou em Free Will Hunting, onde voltamos a Chapek 9, o planeta habitado exclusivamente por robôs (cuja última aparição foi em Humanos Aqui Não Entram, da 1ª temporada). Logo depois, em Near-Death Wish, Fry, Leela e Bender voltam à Estrela de Quase-Morte após mais de uma década (A Aposentadoria Forçada, 2ª temporada).

12:00 em Chapek 9. Exatamente como em 1999, ou melhor, 3000.

Pra quem gosta de ver Fry e Leela juntos, essa temporada é um prato razoavelmente cheio. Como já dissemos antes, mesmo havendo muitos acidentes envolvendo o cavalheirismo de Fry no episódio A Farewell to Arms, tudo indica que Leela não guarda ressentimentos e, apesar de ter quebrado a perna e perdido o braço, continua gostando do rapaz. Isso também fica bem claro em Fun on a Bun, onde, mesmo após Leela comer um cachorro quente supostamente feito de Fry, tudo acaba dando certo pros dois no final. Até que, finalmente, pudemos ver os dois muito íntimos em Free Will Hunting (tecnicamente, já vimos isso na segunda temporada em A Máquina das Probabilidades, mas aquilo era em uma outra realidade, então ponto pra 7A).

Toma essa, Zapp Brannigan!

O que nos lembra, nessa temporada não houve nenhum episódio abaixo da média. O que houve, no entanto, foram muitos episódios na média: nem muito ruins nem muito bons. Entre eles, podemos citar The Butterjunk Effect, cujo conceito de Butterfly Derby e Fry sendo uma borboleta não foram bem recebidos. A conclusão do episódio também foi extremamente apressada e sem sentido, como já vimos em alguns episódios dos Simpsons (vide Os Grandes Golpistas, 12ª temporada), e isso não é nada legal pra Futurama.

E, sério, podíamos ter ficado sem essa.

O episódio especial de três partes dessa temporada foi Naturama, que retratou os personagens da série como animais. Foi um conceito bem interessante e divertido, mas outros episódios de três partes como Antologia do Interesse, das temporadas 2 e 3 ou Reincarnation, da temporada 6B, foram mais engraçados. Seria pedir muito uma terceira parte de Antologia do Interesse?

Acima: a reação de muita gente ao ver Naturama, o episódio mais involuntariamente sexual de Futurama






E chegou a hora de falar do meu favorito da temporada. Dessa vez ficou difícil de escolher entre A Farewell to Arms, Fun on a Bun ou Viva Mars Vegas. No entanto, depois e muito analisar, a escolha vai para Viva Mars Vegas: em primeiro lugar, é ótimo ver a máfia dos Robôs cada vez mais presente na série (opinião de um fã de O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros), e ainda melhor ver Zoidberg salvando o dia. O roteiro foi excelente, desde o começo do episódio quando Zoidberg aposta os $8 milhões que ele "ganhou de Deus" e ganha duas vezes seguidas no mesmo número da roleta, até o final quando a tripulação assalta o cassino (que teve três donos diferentes durante o episódio), tudo foi extremamente bem escrito. A direção também ficou impecável, realmente deixando o episódio com aquela cara de Uma Saída de Mestre ou 11 Homens e Um Segredo, mas é claro, com aquele humor insuperável de Futurama (que, adivinhem só, neste episódio foi excelente).

Sem falar que essa foi uma das melhores sequências de cenas da série.

Nota: 9,0 - A temporada 7A é o Futurama que conhecemos (e amamos).

E você, o que achou dessa temporada? Desmembramentos e nudez demais? Ou de menos? Fique à vontade para deixar sua opinião nos comentários!

5 comentários:

  1. Eu adorei essa temporda de FUTURAMA, ótimos episódeos !!!

    Bem... eu sou uma das pessoas que gosta de ver o FRY e LEELA juntos, então quando eu os vi em uma relação intíma em "Fee Will Hunting" eu pensei 'Meu Deus finalmente aconteceu', tirando em "A Maquina das probabilidades" e "O Prisioneiro de Benda" que tecnicamente eles fizerão, mas era no corpo de outros personagens então dessa vez mais.

    Obrigado Futurma Brasil por ter me ajudado a me emocionar tanto com essa temporada!

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  2. Foi ótima também, achei que a acidez e o humor negro estão muito mais fortes nessas últimas duas temporadas

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  3. Aliás, eu achei o episódio "Naturama" muito bom!

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  4. fry:ficou mais idiota
    leela:um pouco mais raivosa
    bender:tá passando pro lado do bem
    farnsworth:ganhou uma agilidade q rapaz...
    zoidberg:apareceu mais
    hermes:tem sido importante
    amy:parece q esta perdendo o amor por kif
    kif:deu uma desmunhecada
    zapp B.:apareceu menos
    scruffy:continua fazendo o q sempre fez

    (mas essa foi a minha opinião)

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  5. Naturama foi, na minha opinião, o melhor dos episódios de 3 histórias.
    Normal em um episódio que fale de vida natural, falar sobre sexo, uai.

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